Coalizões e redes

Além dos Grupos Principais, milhares de OSCs de todo o mundo se organizaram das mais diversas maneiras (campanhas globais como a Action 2015 e a Beyond 2015, redes, coalizões) para influenciar a construção dos ODS. No Brasil, a Gestos e a Abong acompanharam o debate e as tensões do processo intergovernamental dos ODS desde a Rio+20, produziram insumos para influenciar as negociações entre os Estados-membros, e contribuíram para a mobilização e o envolvimento de mais organizações brasileiras no processo.

Além dos espaços de diálogo e negociações intergovernamentais, o secretariado da ONU criou um calendário com vários fluxos de trabalho envolvendo suas agências e a sociedade civil (com participação também dos governos). A Abong e a Gestos participaram de várias destas sessões, apresentando posições em defesa dos direitos e bens comuns, da democratização econômica e chamando atenção para a relevância da inclusão da sociedade civil nos espaços de implementação e monitoramento dos ODS.

Para o processo de implementação no Brasil, será fundamental a contínua e cada vez mais ampla participação das OSC nos processos nacional, estadual e nos municípios, principalmente para tornar as parcerias entre governos e setor privado mais transparentes, inclusivas e alinhadas aos parâmetros estabelecidos para a garantia dos direitos humanos e ambientais e das legislações trabalhistas.
Conforme a Declaração Política dos ODS: “Nós, as pessoas (we, the people), embarcamos hoje na estrada rumo a 2030. Nossa viagem vai envolver governos, parlamentos, o sistema das Nações Unidas e outras instituições internacionais, autoridades locais, povos indígenas, sociedade civil, empresas e setor privado, a comunidade científica, acadêmica – e todas as pessoas. Milhões já se envolveram com esta agenda e outros milhões irão se apropriar dela. Esta é uma Agenda do povo, pelo povo e para o povo – e é isso que, acreditamos, irá garantir o seu sucesso”.