CEPAL pede mudança no modelo de desenvolvimento em vigor na América Latina e no Caribe

Em discurso de encerramento em colóquio internacional no México, a secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Alicia Bárcena, pediu que os países da região mudem o estilo de...

Em discurso de encerramento em colóquio internacional no México, a secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Alicia Bárcena, pediu que os países da região mudem o estilo de desenvolvimento em vigor e transitem para um desenvolvimento sustentável com foco na igualdade.

“Temos que mudar profundamente o estilo de desenvolvimento, o capitalismo não funciona. Precisamos rumar para um futuro que efetivamente reconheça o mercado, mas um mercado que esteja a serviço da sociedade e não uma sociedade a serviço do mercado”, disse a secretária-executiva da CEPAL.

A secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Alicia Bárcena, participou na segunda-feira (27) do encerramento de colóquio internacional organizado pela Universidade Nacional Autônoma do México e da Universidade de Guadalajara.

Durante seu discurso, a chefe da CEPAL pediu que os países da América Latina e do Caribe mudem o estilo de desenvolvimento em vigor e transitem para um desenvolvimento sustentável tendo como foco na igualdade.

“Temos que mudar profundamente o estilo de desenvolvimento, o capitalismo não funciona, precisamos rumar para um futuro que efetivamente reconheça o mercado, mas um mercado que esteja a serviço da sociedade e não uma sociedade a serviço do mercado”, disse a secretária-executiva da CEPAL.

A alta funcionária das Nações Unidas pediu “uma reflexão sobre a profunda mudança de época que estamos vivendo”. Ela lembrou que o multilateralismo e a integração regional são o caminho adequado para derrubar muros e enterrar desigualdades e para potencializar a implementação da Agenda 2030 e seus 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“Não podemos nos permitir esquecer que a Agenda 2030 é universal não apenas no sentido de que busca incluir todos os países e de que seu cumprimento só faz sentido se for pensado em escala planetária. É universal também porque os esforços nacionais podem ser potencializados ou severamente comprometidos se não houver cooperação global e regional”, declarou Bárcena.

Ela lembrou que a Agenda 2030 propõe expandir o comércio e corrigir seus desequilíbrios evitando o ajuste recessivo nas economias deficitárias; pede uma melhor governança das finanças internacionais, evitando crises como a de 2008, assim como bolhas especulativas nos mercados de moedas, imobiliário e de commodities; convida a expandir as políticas sociais e avançar para um Estado de bem-estar sem erosão das bases tributárias, da competitividade e do investimento nos países que adotam padrões mais elevados de proteção ao mundo do trabalho e combate à desigualdade; e demanda controlar e penalizar as externalidades ambientais e o uso predatório dos recursos naturais.

“Dar conta das profundas transformações que nos permitem alcançar a meta que o mundo fixou para os próximos 13 anos, em nossa região, significa abraçar uma mudança estrutural progressiva”, concluiu a secretária-executiva da CEPAL.

Fonte: ONU BR