Identificar soluções viáveis para problemas públicos complexos é o objetivo do Festival ODS, lançado nesta semana

Quais são os maiores problemas que envolvem as grandes cidades? Certamente, a maioria da população brasileira tem histórias de sobra sobre as dificuldades enfrentadas no dia a dia em áreas como mobilidade, saúde, educação,...

Quais são os maiores problemas que envolvem as grandes cidades? Certamente, a maioria da população brasileira tem histórias de sobra sobre as dificuldades enfrentadas no dia a dia em áreas como mobilidade, saúde, educação, saneamento, coleta de resíduos, água, energia, moradia, entre muitas outros.

Com o objetivo de promover um debate para além da discussão dos problemas, mas com o intuito de pensar e focar em soluções viáveis e aplicáveis aos inúmeros contratempos enfrentados pelos territórios urbanos, a Agenda Pública esteve na sede do Inovabra Habitat, na manhã de quinta (17), participando do evento Social Impact Business ao lado da gigante de tecnologia alemã SAP. O tema do encontro foi o ODS 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis, que integra os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Agenda 2030 da ONU, e também é tema do 1° Festival ODS (FODS) no Brasil, promovido pela Agenda, em parceria com a Estratégia ODS, e cofinanciado pela União Europeia.

Logo no começo do evento, que marcou o lançamento do Festival, nosso diretor executivo, Sergio Andrade, destacou que o FODS nasce com a missão de ser um espaço para troca de experiências e construção de soluções com protagonistas que já estão fazendo acontecer. Em um dia inteiro de atividades, agendadas para 13 de novembro na Biblioteca Mário de Andrade, serão apresentados problemas de pessoas reais para debate e cocriação de soluções com base em ações que já estão sendo construídas e tem ajudado a melhorar a vida de muita gente.

Segundo o diretor da Agenda Pública, o mais importante nesse diálogo é mostrar que já existem protagonistas fazendo a diferença, pensando em respostas e aplicando metodologias que comprovam a efetividade da busca para um desenvolvimento mais sustentável, mostrando que ele é totalmente possível, desde que realizado em parceria e com a participação dos diferentes atores de governos, empresas e sociedade civil.

Para o executivo, este é o momento de todos assumirem responsabilidades e não esperar que apenas os governos façam algo ou não. É um chamamento também para empresas e sociedade civil, pois a solução de problemas complexos exige a participação, a sinergia e o trabalho em conjunto.

“Precisamos estar atentos a discursos que vendem, mas não transformam. A pergunta que todos devem se fazer é: como transformar a realidade do lugar em que vivemos? Precisamos ter em mente que os ODS não são apenas uma agenda de obrigações, mas um conjunto de referências e evidências que podem basear políticas públicas e ações de impacto coletivo. São uma caixa de ferramentas que nos ajudam a resolver, avançar e a desenvolver soluções práticas”, comenta Sergio.

Direcionado para um debate em três frentes – Governança, Financiamento e Tecnologia -, o evento abordou questões como: quais os modelos e experiências de governança podem favorecer a cooperação entre atores públicos e privados na solução dos problemas urbanos; novas modalidades de financiamento para questões como mobilidade, saneamento e desenvolvimento urbano (blended finance, investimentos de impacto); e quais inovações tecnológicas podem promover cidades mais sustentáveis e aproximar cidadãos e governo.

Trouxe ainda casos reais vividos por Daniela Coimbra Swiatek, especialista em inovação em governos e transformação digital, que falou sobre sua experiência como cofundadora e coordenadora executiva do MobiLab (Laboratório de Inovação em Mobilidade da Prefeitura de São Paulo) e, mais recentemente, o trabalho que tem realizado junto ao Governo Federal e que tem o intuito de formar uma rede para o desenvolvimento de uma Carta Brasileira sobre Cidades Inteligentes, que tem como objetivo construir o posicionamento nacional sobre Cidades Inteligentes vinculada a transformação digital ao território. Este projeto é promovido pela Secretaria Nacional de Desenvolvimento Regional e Urbano (SDRU), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e está vinculado ao Projeto de Apoio à Agenda Nacional de Desenvolvimento Urbano Sustentável (Andus), uma parceria do MDR com Agência de Cooperação Alemã (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit – GIZ).

“Temos de admitir que ninguém faz nada sozinho. A governança tem de acompanhar o nível de mudança tecnológica. Além disso, é preciso ter consciência de que as transformações só vão ocorrer de fato se forem feitas com a população, caso contrário, teremos cidades inteligentes apenas para quem tem dinheiro. Os governos precisam entender os seus papéis e saber que não farão tudo sozinho. É preciso ter humildade de todos os lados”, aponta Daniela.

O outro convidado foi Christian Geronasso, Digital Transformation Advisor na SAP Brasil e consultor com mais de 10 anos de experiência, especializado na identificação e construção de propostas de valor por meio de abordagens inovadoras como Design Thinking. Em sua fala, o especialista apresentou soluções tecnológicas que já estão sendo aplicadas pela empresa alemã e que atuam diretamente no desenvolvimento sustentável de cidades, comunidades e até mesmo assentamentos. Ele mostrou como a estratégia de dados e o uso das informações são fundamentais para o avanço de soluções para cidades inteligentes.

Um dos exemplos citados por Geronasso refere-se a um projeto desenvolvido para a Aegea Saneamento, que reduziu pela metade o desperdício de água. A empresa também utilizou suas tecnologias para auxiliar uma companhia indiana a distribuir melhor a água potável disponível. O processo de gestão proposto fez com que houvesse menos desperdício e maior índice de eficiência. Um outro trabalho realizado pela companhia diz respeito a um projeto em campos de refugiados na Síria, em que a SAP já treinou mais de 15 mil jovens em linguagem de programação para oferecer melhor qualidade de vida para essas pessoas.

“Hoje, 77% das operações financeiras no mundo rodam pela SAP, podemos desenvolver muitas coisas com essas informações e dados, mas o primeiro nível para a implementação das cidades inteligentes é a gestão básica. No fundo, temos que pensar nas pessoas e em como a tecnologia vai melhorar a vida delas. Temos que fazer com que todos tenham acesso à tecnologia, caso contrário, estaremos gerando mais segregação que ajuda”, explicou Geronasso.

Para finalizar, o evento contou com a participação do público presente que, além de questionamentos, apresentou casos reais aplicados nas cidades.

O Social Impact Business funcionou como uma espécie de drops do que será o Festival ODS, trazendo na troca entre público e convidados os mesmos atributos do FODS – colaboração, inovação, criatividade e vontade de fazer diferente, de colocar a mão na massa e de compartilhar soluções reais, possíveis, viáveis e aplicáveis.

Para saber mais sobre o Festival ODS, sua programação e inscrições para oficinas, workshops e painéis basta acessar o site www.festivalods.org.br.

Para acompanhar na íntegra como foi o Social Impact Business #6 Cidades e Comunidades Sustentáveis, evento realizado no Inovabra e em parceria com a SAP, acesse: https://bit.ly/31iwgSI.

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por Claudia Pereira