Por que a diversidade é um diferencial competitivo no mercado?

A valorização da diversidade não costumava ser uma pauta muito discutida em empresas no passado. A boa notícia é que o cenário mudou gradativamente ao longo dos últimos anos. De acordo com estudo realizado pela consultoria PwC, em...

A valorização da diversidade não costumava ser uma pauta muito discutida em empresas no passado. A boa notícia é que o cenário mudou gradativamente ao longo dos últimos anos. De acordo com estudo realizado pela consultoria PwC, em mais de 70 países, 80% dos CEOs já adotam políticas com foco em redução das desigualdades e equidade de gênero. E boa parte desse movimento acontece porque uma cultura empresarial diversificada pode gerar inúmeros benefícios para os negócios. Segundo o estudo “A diversidade como alavanca de performance”, produzido pela consultoria McKinsey, dentre os ganhos que uma companhia com um quadro diversificado de colaboradores apresenta, podemos citar:

– Probabilidade 33% maior de ter uma performance financeira superior, se comparado com organizações que não possuem uma representação étnica e diversificada em sus composições.

– 27% mais chances de superar empresas concorrentes em criação de valor a longo prazo ao considerar a diversidade de gênero em sua política.

– Maior habilidade de atrair talentos, incrementar a experiência dos clientes, e a satisfação dos funcionários.

Esses e muitos outros benefícios são resultado do potencial de inovação que a diversidade proporciona às empresas. Colaboradores com diferentes vivências, histórias e habilidades sociais carregam, também, variadas visões e experiências, o que fomenta o surgimento de novas ideias. Além disso, com um quadro de funcionários que representa as diferenças e peculiaridades de uma sociedade, a empresa desenvolve maior capacidade de entender as principais demandas de seus variados grupos de clientes. Dessa forma, pode oferecer melhores serviços e atendimento a seu público-alvo.

É preciso levar em consideração que o Brasil enfrenta, há muito tempo, problemas relacionados ao acesso à educação e oportunidades. Como exemplo, segundo levantamento do IBGE em 2015, apenas 12,8% dos jovens negros, de 18 a 24 anos, chegaram ao ensino superior. Para efeito de comparação, a porcentagem de jovens brancos, na mesma faixa etária, cursando uma faculdade era de 26,5%. Os dados mostram que o acesso limitado à educação e novas oportunidades é um fator que dificulta a formação de equipes com colaboradores de diferentes grupos sociais e financeiros.

A desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho ainda é um dos principais desafios para a formação de uma equipe diversa 

Também é possível citar a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho como grande obstáculo para o fortalecimento da diversidade nas empresas. Ainda segundo o IBGE, em 2016, 21,5% das mulheres de 25 a 44 anos concluíram o ensino superior. Já em relação aos homens, apenas 15,6% concluíram uma graduação. Todavia, mesmo com maior escolaridade, o salário médio das mulheres era cerca de 23,5% menor que o dos homens. Como as mulheres – e outros grupos minorizados (que, a rigor, não são proporcionalmente minoria social, mas possuem menor representação em posições de decisão) – podem se engajar com as atividades da organização sem receber um tratamento igualitário?

Apesar das evidências estatísticas, algumas empresas brasileiras ainda encontram dificuldade para promover a diversidade. De acordo com levantamento do portal de notícias G1, com base em dados do Ministério do Trabalho de 2016, os grupos minorizados enfrentam maior dificuldade de ocupar melhores posições nas empresas por conta de fatores como escolaridade e preconceito. Dependendo da região em que vivem, negros podem receber entre 64,8% e 83,9% do salário de um colaborador branco, exercendo a mesma função.

Já de acordo com o IBGE, apenas 10% dos cargos de tomada de decisão, em comitês executivos de grandes empresas, são ocupados por mulheres. Cristiane Soares, economista do instituto, em depoimento ao portal O Globo, afirma que essa situação ocorre pelo fato de muitas mulheres escolherem carreiras que permitam dividir sua atenção com tarefas de casa e família. Ainda segundo a especialista, o machismo também tem influência nesse dado.

Uma cultura inclusiva representa, também, a retenção de talentos

Adotar práticas que incentivem a promoção da diversidade gera valor a uma empresa. Abre-se uma oportunidade de atração e, consequentemente, de retenção de talentos que representam os grupos minorizados na sociedade. Segundo o relatório “Motivated by Impact”, divulgado em 2016 pelo The Economist, a geração dos millennials (aquela nascida entre o início dos anos 80 e final dos anos 90, desenvolvida em uma época de grandes avanços tecnológicos) guia sua carreira profissional visando empresas que ofereçam condições de trabalho com propósito. O documento afirma que 56% dos entrevistados nunca trabalharia para uma organização se não concordasse com seus valores.          E dentre esses valores, diversidade e inclusão são temas que se destacam.

Portanto, se uma empresa quer atrair talentos, melhorar sua reputação e ter um time engajado com seus valores, um bom caminho é mergulhar de cabeça na promoção da diversidade em sua estratégia. Para isso, é possível utilizar, como guia, algumas metas estabelecidas pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 10, que visa a redução das desigualdades, tais como:

– Ao desenvolver programas e projetos de inclusão das classes minorizadas sem acesso à educação, a empresa contribui para a meta 10.1, que visa alcançar e sustentar o crescimento da renda dos 40% da população brasileira mais pobre a uma taxa maior que a média nacional. Com a oportunidade, os potenciais colaboradores podem investir em ações educativas e de autodesenvolvimento para mudar sua própria realidade e se adequar à empresa.

– Ao promover uma estratégia que foque no fortalecimento da diversidade, uma organização trabalha em prol da meta 10.2, que prevê empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, sexo, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra.

– Com a realização de processos seletivos justos e que incentivem o autodesenvolvimento de colaboradores, uma empresa atua na meta 10.3, trabalhando para garantir a igualdade de oportunidades e reduzir as desigualdades no mercado de trabalho.

Percebe como oferecer oportunidades iguais para os diferentes grupos da sociedade pode gerar benefícios para sua empresa e, também, contribuir com o fortalecimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável?

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