Atendimentos primários são os alicerces da saúde no Brasil

Descaso e falta de investimento na saúde geram complicações nas etapas de atendimento, diz médico Atenção à saúde no Brasil é o tema do programa Saúde sem Complicações desta terça-feira, 11 de dezembro, e o convidado...

Descaso e falta de investimento na saúde geram complicações nas etapas de atendimento, diz médico

Atenção à saúde no Brasil é o tema do programa Saúde sem Complicações desta terça-feira, 11 de dezembro, e o convidado é o professor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, Anderson Soares da Silva (foto). Médico, mestre e doutor em Ciências Médicas pela USP, o professor atua na área de Medicina de Família e Comunidade.

Professor Anderson Soares da Silva

Para explicar como está estruturada a saúde no Brasil, Silva usa o exemplo da região de Ribeirão Preto que, segundo ele, tem um sistema de saúde de boa qualidade. É que os serviços dessa região “contam com uma hierarquia”, isto é, no atendimento primário são diagnosticados os problemas; no secundário, onde são tratados os casos mais complicados, e nos terciários e quaternários, que compreendem os hospitais especializados, como o caso do HC.

Ao falar da atenção básica, que, para o professor, corresponde ao alicerce da saúde, diz que devem contar tanto com médicos capacitados quanto contar com uma boa estrutura, “afinal estes profissionais devem resolver de 80 a 90% dos problemas queixados”. Silva fala também do diferencial da saúde da família que, por conviver diariamente com a população, “torna-se uma relação mais íntima entre médico e paciente”.

Ao comentar sobres as dificuldades em exercer a medicina, Silva lembra das grandes filas de espera por atendimento, e ressalta que o grande problema está na política, “A atenção primeira a alguns anos era muito falada pelos políticos. Tem que investir. O médico tem que trabalhar com dignidade, não tem que ser numa super clínica, mas não adianta jogar o cara em um lugar precário e mandar ele cuidar de tudo.”

Fonte: Jornal da USP