Comissão de Estatística da ONU discute como monitorar Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Países deverão se apropriar dos dados para formatar políticas para a implementação dos novos objetivos globais da ONU, parte da Agenda 2030. Brasil já tem força-tarefa sobre o tema desde 2015 e presidirá comissão neste ano, por meio do IBGE.
A Comissão de Estatística das Nações Unidas se reúne nesta semana em Nova York para buscar um acordo sobre os indicadores globais da Agenda 2030. Uma equipe de representantes de diferentes nacionalidades, membros da sociedade civil e organismos internacionais ficará responsável por esse trabalho.
Por meio do Grupo Interagencial de Especialistas dos Indicadores dos ODS (IAEA-SDGs), foi desenvolvida uma lista de indicadores para o monitoramento dos Objetivos Globais e metas da Agenda 2030, que será avaliada pela Comissão de Estatística das Nações Unidas. Esses dados foram discutidos com a participação da academia, sociedade civil, organismos internacionais e membros de países.
Com os subsídios gerados pela Comissão de Estatística das Nações Unidas, os governos desenvolverão os indicadores nacionais para acompanhar o progresso das metas e Objetivos Globais.
No Brasil, foi estabelecida em 2015 uma Força-Tarefa no âmbito do Sistema das Nações Unidas no Brasil, com a participação de membros do governo federal, com o propósito de fortalecer as áreas de cooperação e desenvolver subsídios iniciais que pudessem ajudar na identificação de indicadores nacionais para o acompanhamento da Agenda 2030 e dos ODS.
Inicialmente, foram identificados os principais indicadores sociais, ambientais e econômicos do Brasil relacionados com os objetivos temáticos e as metas propostas pelo Grupo de Trabalho Aberto sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (GTA-ODS).
Os 16 grupos temáticos da Força-Tarefa foram liderados por agências especializadas, fundos, programas e entidades da ONU no Brasil, com base no alinhamento com seus respectivos mandatos. O 17º Objetivo (“Parcerias e Meios de Implementação”) foi considerado por todos os grupos.
Os subsídios apontados pela Força-Tarefa ressaltaram os indicadores brasileiros com possível potencial para acompanhamento das metas dos ODS no país, priorizando fontes estatísticas oficiais, bem como destacaram as lacunas estatísticas atualmente existentes no Brasil.
O trabalho interagencial foi disponibilizado em uma publicação com o título “Acompanhando a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Subsídios iniciais do Sistema das Nações Unidas no Brasil sobre a identificação de indicadores nacionais referentes aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”. A publicação pode ser consultada clicando aqui.
No entanto, apesar desses subsídios iniciais, o trabalho de identificação dos indicadores nacionais cabe ao governo brasileiro, que está se mobilizando para tal. Para a ONU, os resultados do trabalho da próxima reunião da Comissão de Estatística poderão dar um melhor direcionamento para que esse exercício aconteça em âmbito nacional. O tema dos ODS é liderado, no Sistema ONU, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Comissão de Estatística
A Comissão de Estatística das Nações Unidas, estabelecida em 1947, reúne um corpo técnico com membros de diferentes países. É o principal grupo internacional para estabelecer padrões estatísticos globais, o desenvolvimento de conceitos e métodos e a implementação de ações a nível nacional e internacional.
Coordenar o trabalho estatístico de diferentes agências dos Sistema ONU, promover o desenvolvimento por meio da organização de dados, bem como aconselhar órgãos das Nações Unidas em questões relativas à coleta e disseminação de informações são as principais atribuições da Comissão.
Durante a vigência dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), entre os anos 2000 e 2015, a Comissão ficou responsável pela definição da metodologia e acompanhamento dos dados de mais de 60 indicadores para o acompanhamento dos Objetivos em todo o planeta.
Na ocasião da 47ª sessão da Comissão de Estatística da ONU, o Brasil, representado pelo IBGE, presidirá a Comissão por um ano.
Fonte: ONU BR