Como o setor privado pode contribuir com o desenvolvimento sustentável?

por Thiago Terada* Ao longo dos últimos anos, o desenvolvimento sustentável de uma empresa se tornou fundamental para garantir a valorização dos negócios. Ou seja, muito mais do que preocupadas com os números, as organizações...

por Thiago Terada*

Ao longo dos últimos anos, o desenvolvimento sustentável de uma empresa se tornou fundamental para garantir a valorização dos negócios. Ou seja, muito mais do que preocupadas com os números, as organizações passaram a trabalhar como agentes responsáveis pela transformação do meio em que estão inseridas e, para isso, apostam em ações que promovem o desenvolvimento social e inclusivo, a criação de externalidades ambientais positivas e o respeito e a valorização de seus colaboradores.

Aliás, esse cenário vai ao encontro dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciativa da ONU implementada no último ano, durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. O grande foco dos ODS é mobilizar esforços para que, até 2030, as ações sejam aplicadas universalmente, de modo que contribuam para o fim de todas as formas de pobreza, promovam a luta contra as desigualdades e combatam as alterações climáticas, assegurando que ninguém seja deixado para trás.

Para cumprir suas metas, os ODS contarão com a parceria global de governos, sociedade civil, setor privado, instituições de ensino, mídia e das Nações Unidas. Além disso, em junho de 2016, a ONU reconheceu os Local SDG Pioneers, dez líderes empresariais e agentes de transformação de todo o mundo, que têm a missão de defender a sustentabilidade por meio de seus modelos de negócios, promover a mudança e mobilizar a comunidade empresarial em geral para que sejam tomadas medidas de apoio aos ODS.

Entre os selecionados, está Ulisses Sabará, presidente da Beraca, uma das unidades de negócios do Grupo Sabará. Ele foi escolhido devido aos seus esforços alinhados ao Objetivo número 15 – Vida Terrestre (Life on Land) -, dedicado a proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda da biodiversidade.

Em seu trabalho, entre outras ações, está o Programa de Valorização da Sociobiodiversidade, criado no ano 2000 e que está baseado nos alicerces: “Rentabilidade Adequada”, “Preservação da Água e Biodiversidade” e “Desenvolvimento Humano de Forma Equilibrada”. Trata-se de um projeto que atua como uma ponte entre mais de 100 comunidades agroextrativistas espalhadas pelo Brasil, com mais de 2.500 famílias, e os principais fabricantes mundiais de cosméticos. Isso faz com que a empresa conecte a biodiversidade brasileira a milhares de consumidores por meio de uma relação de transparência, rastreabilidade e inovação.

O objetivo é que iniciativas como essas e dos demais “Local SDG Pioneers“ inspirem as organizações a reproduzir modelos de negócios mais transparentes, invistam na conduta empresarial e na criação de cadeias de produção comprometidas com o bem-estar das gerações atuais e futuras.

Os 17 Objetivos do Milênio visam o equilíbrio e a justiça social 

O primeiro passo para uma mudança sustentável é investir na criação de sistemas, processos e políticas. Essa é uma estratégia que ajudará a transformar a sociedade e a fortalecer o setor privado, pois o investimento no capital humano, a valorização das cadeias produtivas e a preservação dos recursos naturais são elementos essenciais para que possamos trilhar o caminho do crescimento em harmonia com a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento econômico e social.

 

* Thiago Terada é Gerente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da Beraca, líder global no fornecimento de ingredientes naturais provenientes da biodiversidade brasileira para as indústrias de cosméticos, produtos farmacêuticos e cuidados pessoais.

 

Fonte: Revista Ecológico