Meninas empoderadas é a aposta de cartilha do Governo

Por Jefferson Gonçalves A Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (Indica) lançou uma cartilha para formar meninas empoderadas denominada “Caderno de Boas Práticas Empoderamento de Meninas –...

Por Jefferson Gonçalves

A Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (Indica) lançou uma cartilha para formar meninas empoderadas denominada “Caderno de Boas Práticas Empoderamento de Meninas – Como iniciativas brasileiras estão ajudando a garantir a igualdade de gênero”. A publicação teve parceria da Plan International Brasil e Fundação das Nações Unidas para a Infância (Unicef)

Em entrevista à Rádio EBC, a Secretária Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Justiça e Cidadania, Cláudia Vidigal explica que tanto no Brasil, quanto em todos os países do mundo, nós temos uma desigualdade declarada, principalmente no que diz respeito ao trato entre os gêneros. Se faz necessário ter as meninas empoderadas.

De acordo com ela, se queremos mudar a questão da diferença entre os gêneros na infância precisamos aplicar num investimento de longo prazo e esse é um dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Cláudia aponta que precisamos começar trabalhando com as meninas de 10, 08 e 12 anos de idade. “Nesse sentido este caderno vem trazer boas práticas nas estratégias que vem dando certo no Brasil afora, para que elas possam crescer e inspirar novas práticas noutros cantos do Brasil. É essa a nossa ideia ao publicar as boas práticas”, diz.

O tema integra uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), aprovados pela Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), ainda em setembro de 2015 e assinado pelos 193 países membros, inclusive o Brasil. “Em 2015, nações do mundo todo se comprometerem com uma agenda comum em busca de uma sociedade igualitária, mais inclusiva e mais justa. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável foram definidos para que pautemos nossas políticas nos próximos 15 anos. Temos no objetivo cinco a igualdade de gênero expressa, o que nos traz a convicção da importância desse tema”, ressaltou Vidigal.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Cidadania, José Levi do Amaral, destacou que há a oportunidade de ensino a meninas e meninos foi um dos pontos defendidos por ele.

O secretário apontou a educação é base para romper com a desigualdade. “A educação depende de quem vai recebê-la, o empenho pessoal tem um papel preponderante, mas depende também muito do poder público, que precisa proporcionar igualdade de oportunidades. No momento em que as meninas têm igualdade de chances, elas não correm; voam”.

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, ressaltou a ampliação das ações relacionadas a este tema realizadas em parceria com o Brasil. “Quando meninas e mulheres avançam, os países avançam. Mesmo assim, em todos os países do mundo, meninas e mulheres enfrentam desafios únicos que as impedem de participar com plena capacidade de diversas partes da sociedade”, complementou.

Ayalde anunciou junto ao lançamento da cartilha a expansão do projeto “Hoje Menina, Amanhã Mulher”, desenvolvido em Salvador, para Recife e Belém, a partir de uma parceria entre Unicef e Embaixada dos Estados Unidos da América. Por meio do projeto, meninas que vivem em comunidades de baixa renda nesses municípios participarão de oficinas sobre identidade, educação financeira, saúde sexual e reprodutiva e cidadania. Os gestores municipais também serão mobilizados para que seja construído, de maneira participativa, um plano de ação que impacte positivamente o desenvolvimento das meninas.

A Representante Adjunta da Unicef no Brasil, Esperanza Vives, verificou que se não houver a cooperação entre governo, sociedade civil e organismos internacionais, não será possível garantir os “direitos das crianças e adolescentes, especialmente de todas as meninas que moram no Brasil e sentem os efeitos da desigualdade de gênero no seu desenvolvimento”.

Ela destacou como prioridade prioritárias a presença das meninas nos espaços públicos; o fortalecimento de canais de denúncias de violação de direitos; o diálogo com instituições que trabalham com mulheres e crianças e adolescentes; além de ações de valorização da diversidade, que contemplem meninas negras, trans, com deficiência, lésbicas, indígenas e quilombolas.

A publicação da cartilha para criar meninas empoderadas apresenta um mapeamento de experiências sobre o tema, implementadas por organizações da sociedade civil e pelo poder público.

Os projetos foram feitos como referência para elaboração, implementação, monitoramento e avaliação de políticas públicas essenciais para o desenvolvimento das meninas empoderadas no Brasil.

Fonte: ONNDA