Mortalidade infantil sobe pela primeira vez em 26 anos no Brasil

Segundo dados tabulados pelo jornal Folha de S.Paulo, houve aumento de cerca de 5% na taxa de mortes em 2016 Em queda desde 1990, a taxa de mortalidade infantil no Brasil teve a primeira alta registrada em 2016. Tanto a...

Segundo dados tabulados pelo jornal Folha de S.Paulo, houve aumento de cerca de 5% na taxa de mortes em 2016

Em queda desde 1990, a taxa de mortalidade infantil no Brasil teve a primeira alta registrada em 2016. Tanto a epidemia de zika vírus quanto a crise econômica no país são apontadas pelo Ministério da Saúde como possíveis causas desse aumento.

Conforme informações do jornal Folha de S.Paulo, desde o começo da década de 1990, o Brasil apresentava uma redução anual média de 4,9% na taxa de mortalidade, superando a meta estimada em 3,2% pela Unicef. No entanto, em 2016, houve um aumento de cerca de 5% nesse índice, totalizando 14 óbitos a cada mil nascimentos. Números da Unicef indicam que, entre 2015 e 2016, houve 18 mortes a cada mil nascimentos na América Latina.

Os estados que apresentaram mais de 18 mortes a cada mil nascimentos foram: Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Piauí e Bahia. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Espírito Santo registraram menos de 12 óbitos a cada mil.

Esse crescimento, diz o governo, é creditado à epidemia de zika vírus que atingiu o país. Além de reduzir o número de nascimentos _ que sofreu uma queda de 5,3% _, o que impacta diretamente no cálculo da taxa, houve um aumento na quantidade de mortes em função de malformações graves.

Associado ao zika, redução da renda familiar, cortes na saúde e estagnação de programas sociais também impulsionaram as mortes consideradas evitáveis, como diarreia e pneumonia. Só os óbitos por diarreia subiram 12% em 2016 nos menores de cinco anos.

Ainda que os dados de 2017 não estejam fechados, estima-se que o número de mortes fique na casa dos 13,6 (a cada mil).

— A tendência é piorar. Ainda não entraram todos os óbitos de 2017, que estão sendo investigados — disse à Folha a diretora do Departamento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do ministério, Fátima Marinho.

Fonte: GaúchaZH