Especial: Na ONU, parlamentares do Brasil falam de desafios e ODSs

Deputados e senadores conversaram com a ONU News sobre momento de transição, cooperação e sustentabilidade; evento de alto nível destaca como países de renda média podem pôr em prática a Agenda 2030 para o Desenvolvimento...

Deputados e senadores conversaram com a ONU News sobre momento de transição, cooperação e sustentabilidade; evento de alto nível destaca como países de renda média podem pôr em prática a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

A Assembleia Geral das Nações Unidas realizou um evento de alto nível que discutiu lacunas e desafios dos países de renda média para implementarem a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Parlamentares brasileiros participaram num painel realizado esta terça-feira como observadores. Falando à ONU News, em Nova Iorque, os representantes deixaram registrada sua opinião sobre esse debate global em um momento de transição no país.

Banco Mundial

O Brasil é um dos 109 integrantes das economias de renda média de acordo com a classificação do Banco Mundial.

O senador Pedro Chaves disse que ao ser avaliado o desenvolvimento nesses países devem ser tidos em conta outros indicadores de qualidade de vida das populações, como o Índice de Desenvolvimento Humano.

“É importante que os países de maior renda possam ter maior atenção com os países de rendas menores, principalmente nas áreas da importação, exportação e preços justos. Eu acho que nem sempre isso vem acontecendo. A essa competitividade, a OMC (Organização Mundial do Comércio) tem que agir de forma mais incisiva para evitar qualquer tipo de cartel, por movimentos que possam comprometer realmente a livre concorrência entre países e oferecer condições para que os países de renda média possam na verdade ter a inclusão como fato real.”

No grupo de países de renda média vive mais de 70% da população mundial e a maioria dos habitantes do mundo em desenvolvimento.

Economias

Nessas economias, a formação total de capital bruto aumentou de 0,17 no período entre 1960 e 1969 para 0,45 entre 2010 e 2016.

No entanto, todos eles enfrentam desafios que incluem mobilizar o financiamento do desenvolvimento para os focos de pobreza, incluir grupos marginalizados na economia, resolver conflitos e questões como resiliência em desastres naturais.

O senador Sérgio Petecão disse que é preciso  encontrar um equilíbrio entre garantir a sustentabilidade e a qualidade de vida dessas populações.

“O povo acreano, o povo da minha região, paga um preço muito alto por conta da preservação. Sabemos que é preciso preservar a nossa região amazônica. O mundo todo cobra ao governo brasileiro a preservação, mas temos que entender que na Amazônia moram seres humanos que precisam ter uma vida digna. Hoje, o povo acreano e da Amazônia pagam um preço muito alto. Então, nosso grande desafio é atingir um equilíbrio que possamos preservar a selva e a região, mas também que possamos dar uma vida digna para as pessoas que moram na Amazônia.”

Administração

Para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs, um grande desafio para a maioria dessas economias são as dinâmicas da população e da sociedade, segundo as Nações Unidas.

O deputado Rubens Bueno disse que o avanço da violência é um grave problema nos contextos nacional e internacional.

“Temas como a violência, como a educação de qualidade,  temas como a saúde e dar atenção básica, temas como renda e emprego são fundamentais. Essa discussão faz com que através da ONU se busquem mecanismos políticos para o bem comum.”

Já o deputado Marcelo Matos destacou a influência desse problema em grandes destinos turísticos como a cidade do Rio de Janeiro.

Inovação

“Hoje, a gente discutiu o tema da segurança, que é o principal para o Rio. A gente acredita que deve haver inovação também na área da educação. A educação é importante para que a gente possa, a médio e longo prazo, ter um estado mais rico e um país mais rico. Porque ela é a base de tudo. Então, temos que ter esse investimento na educação.”

Os países de renda média pretendem promover economias mais sustentáveis, impulsionar o mercado de trabalho, modernizar o sistema a administração dos governos e aproveitar a inovação.

Na América Latina e Caribe, essas economias, juntas, representam 8% do Produto Interno Bruto, PIB, mundial. Esse rendimento equivale a 6% das exportações globais e cerca de 7% da formação bruta de capital fixo.

A necessidade da cooperação para o desenvolvimento sustentável e de uma maior resposta das instituições financeiras globais e regionais às necessidades deste grupo de economias também foram discutidos nas Nações Unidas.

Outros temas da reunião incluíram oportunidades para melhorar a Cooperação Sul-Sul e a Cooperação Triangular, além de ações para que as metas globais sejam mais eficazes promovendo o avanço econômico.

Fonte: ONU News