Brasil necessita combater desigualdades sociais para cumprir Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
O Brasil necessita priorizar o combate às desigualdades regionais se quiser atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030, afirma um estudo preliminar divulgado no domingo pela Fundação Abrinq, no Rio de janeiro.
Segundo a instituição, dos 17 ODS propostos pela ONU, dez têm metas associadas diretamente à infância e à adolescência e em seu relatório intitulado “A Criança e o Adolescente nos ODS – Marco Zero dos Principais Indicadores Brasileiros”, foram selecionados quatro desses dez objetivos: erradicação da pobreza, fome zero, saúde e bem-estar e igualdade de gênero.
A gerente-executiva da Abrinq, Heloisa Oliveira, destacou na apresentação do estudo que, apesar dos avanços na última década, há regiões do país e grupos sociais cujos dados indicam desigualdade extrema, mas que são camuflados pela média nacional.
Segundo Oliveira, para que sejam cumpridos os objetivos traçados para 2030, todos os grupos sociais e regiões do país devem estar incluídos nas metas.
“Nossas estatísticas são boas, mas muitos dados necessitam ser separados. Vivemos em um país extremamente desigual. Se poderia achar, ao analisar a média nacional, que alguns indicadores são positivos, mas precisamos olhar as diferentes realidades brasileiras para ver onde estão os desafios”, afirmou a gerente da Abrinq.
Um exemplo disso acontece no ítem sobre a erradicação da pobreza, no qual o estudo da Abrinq, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-2015), revela que 27% dos brasileiros vivem com até meio salário mínimo por mês.
Não obstante, esse percentual sobe a 40,2% quando se considera a população entre 0 e 14 anos e ultrapassa os 60% de crianças e adolescentes em estados como Alagoas, Maranhão, Ceará, Bahia e Pernambuco, todos na região nordeste de Brasil.
“Não podemos falar de uma agenda para 2030 sem priorizar esse grupo que será a população economicamente ativa, adulta, e que, de fato, vai viver nesse mundo de 2030. Não podemos falar de futuro sem falar da criança e do adolescente”, disse Oliveira.
No dia 25 de setembro de 2015, 193 países que fazem parte da Organização das Nações Unidas aceitaram a Resolução “Transformar Nosso Mundo: a Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável”, com 17 objetivos e 169 metas que devem ser cumpridas até aquela data.
A Abrinq é uma das oito organizações selecionadas, através de uma convocação, para debater e implementar a Agenda 2030 na Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Fonte: CRI Online